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NÓS novel Chapter 46

Acordei às oito da manhã e fiquei enrolando na cama um tempinho tomando coragem para levantar, estava tão quentinho de baixo do cobertor que dava até pena.

Fui ao banheiro realizar minhas higienes matinais e tomei um banho demorado e relaxante. Vesti um conjunto de cropped e short rosinha de malha e prendi meu cabelo num coque frouxo. Sai do quarto rumo a cozinha, eu estava morta de fome e o cheiro de café estava exalando pelo apê.

— Bom dia — bocejei e Diego deu um sorriso com os lábios unidos.

Nossa relação não iria mudar, isso era fato mas pelo menos o clima chato não estava mais entre nós e isso já era muita coisa. Fiz meu desejum assistindo o primeiro jornal do dia e quando acabei, lavei tudo o que tinha sujado e voltei para o banheiro para escovar meus dentes.

Peguei meu celular que estava em cima da cama e vi algumas mensagens que tinham mandado pela manhã.

Mensagem on.

Caio

Bom dia, loirinha

Eu

Bom dia rs

Lya Vaca

Piranha, vocês vão hoje?

Eu

Vocês quem?

Lya Vaca

Você e meu afilhado

Eu

Iremos kkk

Off.

Hoje, depois de séculos, eu iria sair com o pessoal do colégio para Pub. Aliás, eu já estava morrendo de saudades do meu inferninho em forma de bar. Como tinha poucas roupas aqui em Diego e nenhuma roupa para mais tarde, teria que ir em casa pegar o resto e pra sincera estava com zero vontade mas não tinha outra escolha.

Não queria ver Gabriel nem pintado de ouro na minha frente mas por enquanto isso seria inevitável, ou até eu me mudar de fato.

Fiquei a manhã praticamente toda estudando, aproveitei pra colocar as matérias que faltavam em dia e estudar outras. Por estar de cropped minha barriga ficava exposta dando visibilidade a minha barriga redondinha e querendo criar tamanho.

Era estranho olhar para ela e saber que ali tinha um ser sendo gerado.

Mesmo depois de ter aceitado ser mãe, aceitado o bebê tudo ainda era muito novo e estranho, parecia que o laço ia se construindo aos poucos, não sei, não sabia explicar.

Lá para ás uma e pouca da tarde guardei todo o material e fui almoçar. Após terminar de arrumar a cozinha, fui até o quarto pegar minha carteira e telefone, iria logo pegar minhas roupas até porque quanto antes melhor.

Passei pelo quarto de Diego e a porta do mesmo estava fechada e estava um total silêncio, provavelmente ele estaria dormindo. Chamei o Uber enquanto descia e após eu chegar no térreo, 5 minutos depois o mesmo chegou.

— Boa tarde — fechei a porta de trás e me ajeitei no banco.

O caminho todo eu fui bem nervosa, não sabia se Gabriel estava em casa ou não e se estivesse, não sei como iria reagir. Eu só iria pegar minhas coisas e meter o pé, sem enrolação. Quando o motorista parou em frente ao meu prédio, paguei o mesmo e sai do carro agradecendo.

— Quanto tempo, senhorita Manu — José, o porteiro disse amigavelmente.

— Quem é vivo sempre aparece não, é? Seu José — sorri.

Entrei no elevador e apertei o número do meu andar, enquanto estava na portaria algumas pessoas que passavam seja lá a direção me olhavam com receio e com uma olhar de dúvida, provavelmente seriam os meus vizinhos próximos ou até de outros blocos.

E eu estava cagando para todos, felizmente ninguém ali tinha algo com a minha vida.

Assim que cheguei no meu andar, caminhei até a porta do meu apartamento e respirei fundo antes de enfiar a chave na fechadura da mesma, meu coração estava acelerado e minhas mãos suando. Tomei coragem e abri a mesma, parecia não ter ninguém em casa, fechei e joguei a chave no sofá.

Caminhei até meu quarto, abri a porta do mesmo e me veio uma saudade, a saudade da minha vida a meses atrás, de todos os momentos aqui..de tudo.

Como queria que fosse algo rápido, separei toda minha roupa e peguei minhas duas malas grandes que estavam em cima do armário envolvidas em um saco preto e as coloquei em cima da cama abertas. Dobrei roupa por roupa e as colocava nas malas tranquilamente, tinha roupa que eu nem lembrava mais.

— Arrumando suas roupas pra viver seu amor clichê com o Diego? — coloquei a mão no peito após o susto.

Tinha me enganado feio achando que Gabriel não estaria ninguém em casa. Suspirei e continuei dobrando minhas roupas tranquilamente, estava evitando o máximo me estressar ou ficar nervosa por conta do bebê já que foi mais que avisado, que depois de eu ter quase um aborto, minha gravidez tinha virado praticamente uma gravidez de risco.

— Só vim pegar minhas roupas e já estou indo — disse sem o olhar.

— Seu guarda costas não veio com você? — debochou.

— Gabriel, não que seja da sua conta mas eu Diego não temos nada, tá bom? Apenas colegas e o que nos une é o bebê, apenas — fechei as malas e as coloquei no chão.

Gabriel ficou sem o que dizer, me encarou por uns segundos e deixou o quarto. Sentei na cama e passei os dedos entre os cabelos e respirei fundo, rezava para que Gabriel não começasse com suas gracinhas, hoje eu não queria me estressar e vê-lo já foi um grande desgosto.

Nunca pensei que algum dia eu iria querer manter o máximo de distância possível da pessoa que eu mais amava no mundo.

Com dificuldade levei as malas até a sala, Gabriel estava deitado no sofá mexendo no celular e para minha felicidade, ignorou total minha presença. Peguei meu celular no bolso e chamei o Uber, a chegada do mesmo estava prevista para daqui oito minutos então tratei logo de me adiantar.

— Manuela — me chamou, o olhei antes fechar a porta — Conheço Diego o suficiente pra saber que não é só pelo bebê.

Não respondi, apenas fechei a porta e entrei no elevador. Não tinha entendido o porque de Gabriel falar isso pra mim do nada, não sabia onde ele queria ter chego com isso ou algo do tipo. Assim que cheguei na portaria do prédio, o senhor José me ajudou com uma das malas até o carro, o agradeci e entrei no mesmo dando partida.

Durante o caminho fui conversando com o pessoal do colégio e respondendo algumas outras mensagens no privado, aproveitava esses dias de glória já que não era todo dia que eu tinha paciência pra ficar respondendo todo mundo.

Noventa porcento do meu WhatsApp ficava no vácuo e os outros dez também.

Cheguei no prédio de Diego um tempinho depois, paguei a corrida ao motorista e sai do carro toda estabanada com as malas. Entrei no elevador que pra minha sorte estava vazio e subi rumo ao último andar. Quase morta foi o estado que eu tinha chego no apartamento de Diego, parecia que eu tinha subido dez andares de escada.

Eu estava desfalecida.

Tudo em estava um repleto silêncio, o mesmo desde a hora que eu tinha saído, tinha cogitado a ideia de que Diego nem em casa estava. Deixei umas das malas no canto da parede e a outra eu coloquei em cima da cama, iria escolher minha roupa para mais tarde e pedia a Deus para que alguma delas ainda coubesse em mim.

Eram quatro e treze da tarde, tinha tempo de sobra pra escolher uma roupa, experimentar cada uma delas e enquanto fazia isso já ia pensando no reboco que eu iria fazer pra esconder essa cara de morta que eu estava.

Essa noite era minha e eu queria arrasar.

....

Estava fazendo babyliss no cabelo, já estava de banho tomado e estava começando a me arrumar e eu gostava de começar pelo ninho de passarinho que era meu cabelo.

Depois de horas passando ódio escolhendo roupa, eu tinha decidido ir com um vestido de manga comprida preto tubinho de renda preta e um uma sandália plataforma.

Tinha que aproveitar enquanto a barriga não estava uma bola de praia e ainda dava pra fazer essa graças.

Fiz uma maquiagem pesada, era só reboco que dava jeito nessa cara de maluca que tinha acabado de sair do manicômio que eu estava. Eram oito e meia da noite, meu celular não parava de vibrar e não tinha dúvidas que era Lya me apressando. Vesti o vestido e fui o ajeitando no corpo, peguei minha bolsa e coloquei o necessário dentro da mesma, identidade, dinheiro e essas coisas.

Calcei o salto e por último passei um batom vermelho nos lábios e o joguei dentro a bolsa. Eu estava um arraso, fazia tempo que eu não me arrumava dessa forma e me sentia bem comigo mesmo.

— Mulherão — virei de costas me olhando no espelho.

Me olhei pela última vez no espelho e sai do quarto apagando as luzes e fechando a porta.

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