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NÓS novel Chapter 67

Últimos capítulos.

Gabriel.

Mais uma reunião chata na empresa, essa semana eu tinha feito coleção.

Sai da sala segurando minha maleta, dei uma olhada no celular e havia apenas mensagens dos garotos, daqui a uns minutos eles iriam passar para me buscar para o churrasco que ia rolar hoje na casa nova de Victor.

Finalmente o filho da puta morava sozinho, seria mais uma casa para eu fazer de minha.

— Tem mais alguma reunião hoje, minha gata? — perguntei pra Louise, ela ficava responsável por marcar as paradas que rolavam aqui.

Ela era gata demais, já tínhamos ficado algumas vezes mas nada sério.

— Não — me olhou de cima a baixo e deu um sorrisinho de lado.

Sabia como me descontrolar a maldita. Joguei um beijo no ar, fui direto para minha sala arrumar minhas coisas e esperar as bonecas vir me buscar. Enquanto eles não chegavam, adiantei algumas coisas e respondi alguns e-mails.

Três da tarde Alex me mandou mensagem dizendo que estava lá embaixo, peguei a mochila na cadeira que estava com minhas roupas, sai apagando a luz e fechando a porta. O carro de Alex estava no outro lado da rua, fui desafrouxando a gravata as poucos e entrei no carro do mesmo.

— Demorou pra caralho, viado — reclamou — tenho com cara de Uber? Agora tu vê.

— Me erra — coloquei minha mala no banco de trás. Olhei de novo para trás, não acreditava no que eu estava vendo — Alex, por que tem um bebê conforto no banco de trás?

— É para o Ben — disse ligando a seta.

— Você acha mesmo que Manuela vai deixar o Benjamin — encaixei o cinto — andar de carro com você? — gargalhei alto.

— Sim? — franziu a testa e me olhou — aliás, ela não tem escolha e outra, eu sou o tio Alex, o tio responsável e não o tio Gabriel — piscou.

— Que é bem mais legal que o "Tio Alex" — fiz aspas com os dedos fazendo careta.

— O Benjamin não acha isso — mandou um beijo no ar e parou no sinal vermelho.

Hoje era um sábado, todo pessoal iria para casa nova de Victor inclusive uns amigos da faculdade que ele também havia chamado. Por muito tempo eu senti falta disso, pensei que nunca mais iria voltar e que eu tinha estragado tudo pra sempre.

No momento que tudo aconteceu, eu fiquei com muita raiva e deixei que ela tomasse conta de mim. Não que isso justificasse o que eu fiz com a Manuela, porque não tinha justificativa pra isso mas na hora da raiva parece que não pensamos direito.

Acho que nunca imaginei que Diego e Manuela algum dia ficaria juntos, nunca tinha passado pela minha cabeça de forma alguma mas hoje, vejo o quão eles se gostam e o quão fazem bem um para o outro.

Se ela está feliz, eu também estou.

Nem parecia que meses atrás se "odiavam".

Manuela ter me perdoado de fato foi uma surpresa pra mim, fiquei muito feliz, ter ela de volta na minha vida era maravilhoso. Durante meses eu vivi em negação, não aceitava o que tinha acontecido, só sabia de sair, beber e chegar mais que bêbedo em casa.

Ou as vezes nem chegar.

A sensação de estar em família de novo era ótima, eu tinha sido um cuzão e reconhecia isso e sorte a minha Deus ter me dado essa nova oportunidade. Chegamos na casa de Victor meia hora depois, ficava na Barra da Tijuca em um condomínio e por fora ela era bastante bonita. Era uma casa padrão de um condomínio chique, um jardim muito bonito no lado de fora, a casa era toda branquinha, á frente tinha uma janela de vidro deixando a mostra a escada de mármore preto.

— Bem vindos a Victor's house — abriu a porta imensa segurando uma cerveja na mão e piscou.

— Nome bem viadinho igual a você — o abracei e fui entrando.

Por dentro a casa era imensa, havia sala de estar, sala de jogos e até sala de cinema. No quintal, havia área de lazer, o espaço para churrasco e a piscina que dava volta no quintal junto com uma sauna.

Era quase uma mansão.

— Oi, bebê do tio — peguei o Benjamin do carrinho.

Fui cumprimentar Manu, Diego, Lya e o resto do pessoal que já haviam chego antes.

— O ben deve estar saturado de vocês, todo dia a mesma coisa — Diego riu.

— Ele adora a gente, inclusive, passa pra cá — Alex chegou e o pegou do meu colo.

Manuela falava que ele não aguentava mais a gente, mas adorava quando a gente passava o tempo com ele, ela não dormia ultimamente e sentia livre quando nós ficávamos com o Ben.

Nós éramos praticamente babás dele.

— Vou ajudar Lya na cozinha, vocês que lutem agora — deu um cheirinho no Benjamin antes de sair.

Tomei meu banho no banheiro social de baixo mesmo, maior preguiça de subir e do jeito que a casa era grande eu iria me perder. Vesti uma camisa vermelha da Tommy, uma bermuda jeans escura e coloquei meu boné branco da nike.

Meu cabelo estava horroroso, precisando urgentemente de um trato.

Voltei pegando uma cerveja na geladeira, abri a mesma e puxei uma cadeira pra me juntar com o pessoal.

— Então vocês são cunhados? — um amigo de Victor, o Paulo, perguntou apontando para mim e para Diego.

— Na..— me interrompeu.

— Cunhadão — Diego deu dois tapas nas minhas costas e me olhou rindo. O fuzilei com o olhar.

Ficamos conversando, logo as meninas voltaram da cozinha e se juntaram a nós também. Manuela sentou no colo de Diego, olhou para Lya e Alex que estavam com o Ben no maior papo e na mesma hora nos olhamos.

— Vocês estão vendo o que eu estou vendo? — Victor se aproximou.

— Sim — Manu assentiu rindo — não perdem tempo.

— E meu filho no meio disso, aprendendo com a pior pessoa a flertar — Diego balançou a cabeça negativamente.

— Diego, vai tomar no seu cu — gritou — todos vocês — Alex deu o dedo médio para a gente e nós gargalhamos.

Liguei o som, coloquei um funk bem alto pra estrear a casa e já acostumar os vizinhos, porque era certo todo final de semana ter resenha aqui. Passamos a tarde fazendo churrasco e bebendo, não poderia passar o sábado melhor e com as melhores pessoas.

..

— Beija, beija, beija — falamos em uníssono.

Alex beijou Lya e todos gritaram. Eu ria de chorar, parecia que Alex tinha voltado para o quinto ano e que não sabia mais chegar em garotas. Estávamos todos na piscina, quando eles se beijaram nós jogamos água pra cima e eles pararam para rir da cena.

— Porra, até que enfim — Victor disse levantando as mãos para o céu.

— Cara, ela está tão na sua — afinei a voz e ele me deu o dedo médio.

— O que a bebida não faz, não é? — uma amiga de Victor falou segurando uma taça na mão.

A noite acabou com todos bêbados, menos Diego, Manuela e Paulo já que os dois não bebiam e Manu ainda não podia por causa do Benjamin. Tinha sido só loucura a noite toda, fizemos vira-vira, brincamos de bola, quase quebramos o vidro de Victor com uma garrafa de vodka e na chuva nós saímos correndo pelo condomínio.

Manuela tentou nos segurar fechando a porta da frente mais saímos pela a de trás.

Boba.

O dia tinha sido foda como antigamente.

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